Por que falar sobre gênero, sexualidade e diversidade no sistema carcerário?
Historicamente, desde a criação do sistema penitenciário brasileiro, a chamada “questão sexual” foi tomada como um “problema” a ser gerido por criminologistas e o Estado. Se no caso de prisões masculinas o sexo foi sempre tolerado e considerado um mal necessário, nas prisões femininas a sexualidade e, em especial, o homoerotismo foram reprimidos até recentemente. A homossexualidade nas prisões femininas é consideravelmente maior do que nos presídios masculinos. Hoje, após uma relativa liberação sexual, o fortalecimento do movimento gay e o aumento da aceitação, em sua maioria, mulheres que se consideravam heterossexuais antes da detenção e afirmam que, ligadas pelo companheirismo, o apoio na depressão e no medo, se envolveram com outras mulheres.
Nessas parcerias descobrem novos desejos e, às vezes, o amor.
Gênero e Sexualidade
Dessa maneira, foi pensado em tratar sobre gênero e sexualidade no Projeto Ser Mulher que contempla as ações do PNAMPE/2018 (Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do. Sistema Prisional), sendo também uma solicitação feita pelas internas, para que fossem abordados não somente a discussão de gênero e sexualidade, mas também, questões relacionadas ao preconceito, homofobia, entre outros.
Com isso, foi convidada a Supervisora de Diversidade da Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade – SEDES do Município de Juazeiro/BA, a senhora Mycaella Emiliano Bezerra ,para tratar sobre todas essas questões que perpassam as dificuldade enfrentadas por esta população, trazendo também seu relato de experiência.
Na ocasião a palestrante foi presenteada por apresentações artísticas desenvolvidas pelas internas.
“ Tentei desconstruir padrões sociais que excluem pessoas, falei como do meu trabalho na SEDES e atividades que desenvolvemos no município visando combater a LGBTfobia” relatou a Sra. Mycaella Emiliano Bezerra que palestrou no dia 30 de janeiro no Conjunto Penal de Juazeiro, unidade em que a reviver está presente sob regime de cogestão em parceria com o Estado.
:: Caroline Lima (psicóloga do Conjunto Penal de Juazeiro) & ASCOM REVIVER
comunicacao@reviverepossivel.com
Leave a Reply